É Por Isso Que Eu bebo!!!


27.7.08

A revolta dos delicados

O mundo ia até bem. Ok, não, não ia. Mas a coisa começou ficar foda depois que inventaram a poesia. Aí me vem um sujeito sem mãe que inventa a poesia concreta.

Pótasqueopareomerrmão! Todo mundo faz merda achando que é fodão a partir disso...

24.7.08

Tina Oiticica

Geralmente não uso isso aqui para falar de coisas sérias ou envolvendo sentimentos sinceros, mas não poida deixar passar essa. Hoje eu soube que faleceu Tina Oiticica.

Ela foi uma das primeiras - das poucas que fiz questão de entrar em contato - pessoas da blogosfera que conheci. Ela morava nos EUA, mas já morou um tempo no Acre e isso já era uma razão pra começarmos a conversar. Mas tínhamos mais em comum.

Ela gostava mais de assuntos bloguísticos, e escrevia muito melhor do que eu. E era a dona do grande Universo Anárquico. Curtia Mutantes e era botafoguense. Tinha uma avó acreana.

Não sei bem o que dizer nessas horas. O fato é que a admirava muito e sinto sua ausência. A coisa ficou mais chata.

Vou aqui linkar algumas das nossas conversas abertas em blogs. Mas isso não é muita coisa.

http://attu.typepad.com/universo_anarquico/2007/12/mudanas-no-blog.html

http://attu.typepad.com/universo_anarquico/2006/11/olhem_que_o_acr.html

http://attu.typepad.com/universo_anarquico/2006/10/faz_um_ano_de_f.html

http://attu.typepad.com/universo_anarquico/2007/03/de_dogmas_e_dro.html

Isso parece pouco, mas pra mim foi muito importante.

20.7.08

Pra que serve essa porra?!

Voltei a postar no meu Twitter. Pra quem não conhece é o seguinte, trata-se de um mini blog. Tem algumas outras funções que até agora não descobri, mas chego lá. Aí vai 0 endereço pra essa moçada que não deixa a peteca cair e faz acontecer:  http://twitter.com/helderjr .

Aquilo lá estava entregue às baratas. É hora de voltar a falar de headphones, tumores e anões.

Ah, uso o Twitter para a luta pelos direitos humanos dos vietnamitas canhotos. Just it.

17.7.08

Beatlemaníaco é o caralho!

Hoje em dia, umas das características mais "cult" que um sujeito pode ter é ser "beatlemaníaco". Dá status de cara fodão que saca realmente de música.

Mas houve um herói que  lutou e resistiu bravamente ao modismo de  se tornar um beatlemaníaco. Seu nome era Donovan M. Curtis, mas conhecido pelos mais próximos como Zé Bebeto.

Vale salientar que sua meta foi simplificada por um detalhe, que pelos menos atentos passaria despercebido. Ele morreu 2 séculos antes da banda existir.

Entretanto, isso não era bastante para que ele bradasse aos quatro cantos de Londres que não era "mais um reles beatlemaníaco". Isso, inclusive, era a prova de que se tratar de um homem a frente de seu tempo - e ninguém entendia o que significa "mais um reles beatlemaníaco".

Zé Bebeto era "mozartmaníaco". Tinha toda a discografia do austríaco em mp3. Nada o impedia de adquirir a obra de seu ídolo. Nem mesmo o fato de não existir mp3 na época. Era deveras sagaz.

Porém, em 1787, Zé Bebeto sofreu o mais duro golpe em seu fanatismo: descobriu que "Maggie's Farm" - sua música preferida -  não fora composta por Mozart, e sim por Bob Dylan. No verão de 1788, Zé Bebeto sucumbiu à depressão. Sua maior decepção, sem dúvida, deve-se ao fato de que Bob Dylan ainda demoraria mais 2 séculos para nascer.

12.7.08

Ônibus

Aquele tinha sido o mais enfadonho e cansativo dia de trabalho dos últimos tempos, e como escravo da minha própria rotina, nem mesmo à noite eu teria meu merecido descanso – tinha aula na universidade.

Estava exausto, caminhando pro ponto de ônibus, distraído com os meus pensamentos. É engraçado como nesses momentos você tem as idéias da sua vida, mas está cansado demais pra lembrar de alguma delas depois.

Na parada de ônibus, estavam uma dona-de-casa com um bebê, uma gostosona, um velho que tava “mais pra lá do quê pra cá” e eu. Era impossível não olhar pra aquela escultura de mulher – ainda mais no meu estado de “não como ninguém há duas semanas e não tenho ninguém no estepe!!!”. No começo da rua (que era um pouco longe da parada) vinha um ônibus que parecia ser o UNIVERSITÁRIO. Não dei tanta atenção, mas também não tinha muita certeza de qual era o nome certo, pois quando ele aproximou-se, o letreiro apresentava um maldito “BOA NOITE”. Preferi confiar na minha 1ª impressão, e continuei  “secando” aquela gata (O que é?! Vem dizer que você não faria o mesmo??!!).

De repente, o ônibus chegou à parada e olhando pro letreiro na lateral eu li: UFAC. -“Meu Deus!!!! Não posso perder este!” - pensei, pois já tava atrasado, tinha prova e os “busões” que param mais próximos, me deixariam tão longe do meu bloco que eu teria que pegar um moto-táxi pra chegar até lá.

Arrisquei. Ao entrar no veículo, encontrei uma colega de curso e disparei logo a pergunta:

- Este aqui é o UFAC?

- É sim.

- Ufa!.. Podia jurar que era o Universitário...

- Agora que você falou fiquei em dúvida...

Achei que ela estivesse brincando e sentei entre um senhor de aparência serena e uma mulher que falava sozinha. Já de cara, identifiquei a mulher como sendo louca e resolvi tirar a minha dúvida com o senhor:

- Este aqui é o ônibus que vai pra UFAC?

Mas o cara nem me deu moral, mas “eu sou brasileiro e não desisto nunca” (esse bordão já foi mais que abusado em piadas, mas aí vai...) eu perguntei novamente e com um tom de voz mais alto:

- Ô meu senhor, este aqui é o UFAC?

O velho virou mal-encarado pra minha direção, fechou o punho, e quando pensei que ele iria me agredir por conta de uma simples indagação, ele começou a gesticular. Passado o susto, percebi que se tratava de um surdo-mudo, e percebi também que eu não entendo porra nenhuma da linguagem deles.

Apelei pro cobrador:

- Ô moço... Qual ônibus é este aqui?

Ele poderia até me responder, se não tivesse colado num telefone celular. Nunca vi alguém falar tanto ao telefone... Mas eu insisti:

- O senhor pode me dizer qual ônibus é esse?

- Será que você não pode esperar um minuto?! – Respondeu com um tom impaciente, ainda o ouvi dizer pra outra pessoa ao telefone que “não era nada, só um mala-sem-alça...”.

Paguei a passagem e passei furioso pela roleta. O “busão” tava lotado. No meio de tanta gente, eu pensei que seria fácil conseguir o quê queria. Pra não dar uma incerta, procurei uma pessoa que estivesse com a aparência normal, que falasse e que não estivesse ocupada com um celular. Depois de uma busca, avistei uma moça que se encaixava perfeitamente no perfil procurado. Abordei-a de maneira gentil pra evitar qualquer coisa:

- Oi. Você pode me dizer em qual ônibus nós estamos, por favor?

No exato momento que ela ia ceder essa preciosa informação, uma outra mulher deu um soco no rosto da minha informante e gritou:

- SUA CACHORRA, PUTA!!! VOCÊ NUNCA MAIS DÊ EM CIMA DO ALFREDO, SUA PIRANHA!!!

Mas o soco não ficou barato e as duas começaram a brigar igual a dois lutadores de vale-tudo. Aí é que eu não conseguia esclarecer a minha dúvida... O povo inteiro daquele ônibus voltou sua atenção pro “fight”, alguns separando as brigonas, outros torcendo por  uma das duas...

Chegou ao momento em que o sangue subiu à cabeça e gritei mais que toda a multidão:

- ESSA DROGA DE ÔNIBUS É UFAC OU UNIVERSITÁRIO???!!!

Depois de um silêncio geral, uma voz fraca e tímida responde com certo temor:

- Esse aqui é o Tucumã.

PS: Esse texto é de 2005. Um ano bem difícil.

2.7.08

Eu voltei, voltei para ficar...

E faz tempo que não posto nada de bom por aqui. Os comentários e visitas caíram. Mas eu nem ligo. O motivo que me afastou do blog vale a pena: as aulas do passo moonwalker.

Claro. Não podia arrumar um bom emprego sem ter essa habilidade no currículo.

No começo, confesso, foi bem difícil. Em primeiro lugar, assim como a Tonya de "Everybody hates Chris", eu não queria aprender o passo moonwalker do Michael Jackson. É muito tradicional. Eu sou muito vanguardista pra isso. Queria aprender o moonwalker do Billy Ocean.

Além do mais, até que levo o jeito, mas, por ser um rebelde sem causa, impliquei que faria o moonwalker pra frente. Vocês não tem idéia do quanto ficou bom - depois de alguns meses de treinamento, claro.

Acontece que o meu professor - chamado Michael Ocean - não me aprovou. De acordo com ele, o moonwalker feito pra frente já provocou guerras e muitas vidas foram perdidas.

Por ter minha técnica censurada, resolvi voltar pra esse blog que de ruim só me rendeu algumas contas pra acertar com a máfia de bombas de chocolate.