É Por Isso Que Eu bebo!!!


7.11.06

Da liberdade de expressão à auto-crítica

E ontem eu fui a um debate sobre "Liberdade de expressão" elaborado pelos programadores da Rádio Livre. Rádio Livre é uma rádio pirata que tem sede na minha universidade. Não sei se o nome da rádio é esse ou se a sede é, realmente, na UFAC, mas tô com uma preguiça desgraçada de apurar isso. Então ficamos assim, ok?
Debates dessa espécie já soam na minha cabeça como "déjà vu", afinal de contas, já são 3 anos de curso de Jornalismo e acho que já ouvi 99,999999% das possibilidades de argumento para esse tema. Aqui no Acre, é comum haver esse tipo de discussão pois, para muitos, a imprensa local sofre uma espécie de censura imposta pelo atual governo. Isso me provoca risos. Às vezes.
Eu sou adepto de uma teoria que surgiu para mim através do meu caro amigo Hermington (futuro professor da UFAC, se for da vontade dele). A teoria dizia o seguinte: a imprensa brasileira, não exclusivamente a acreana, sofre de uma "censura financeira", ou seja, a maioria dos jornais não arrecada o suficiente para arcar com suas despesas através da sua tiragem. Sua principal renda vem dos patrocinadores. Repito que isso é fato na imprensa BRASILEIRA. Ou vocês acreditam que um jornal publicará uma notícia que maculará a imagem de seu principal patrocinador?
Como não temos grandes empresas para bancar nossos jornais, sobra para o governo do Estado financiar tais diários. Seguindo essa lógica, fica claro que os jornais não irão bater de frente contra seu principal financiador. Então, na minha opinião, a questão é muito mais financeira do que ideológica. Se é que tem algo ideológico.
Um ponto interessante abordado por um dos debatedores, Toinho Alves (um dos principais nomes da imprensa local), foi que os jornais daqui não querem ser livres. Para ser livre é preciso ter escrita livre, postura livre. Ninguém tem coragem ou competência para agir assim, logo, como ele falou "os jornais pedem: 'Pelamordedeus, me censurem!'(sic)". Ri horrores quando ele falou isso, mas não deixa de ser um riso constragido, pois me pergunto se estou preparado para mudar isso. Será?! Não vejo como fraqueza essa minha dúvida sobre meu próprio potencial. Pelo contrário, acho que será muito útil para não deixar o espírito da arrogância tomar conta de mim. Espírito que assola a maioria dos jornalistas e que não permite-os enxergar falhas grostescas. Quero ter esse receio de estar despreparado para sempre comigo. Não me dominando, mas me alertando quando "o meu trem sair um pouco fora dos trilhos". Esse medo será meu "personal ombudsman". Isso é deveras importante. E, quem sabe assim, eu consiga desempenhar bem essa função que é elevada à importância de médicos e advogados, e é chamada de "4º poder", no meu modo de ver com justiça.